reflexo no lago
Ailton Bedani [05-2010]
Este blog se propõe a explorar os diversos aspectos do HAIKAI, o sintético poema de origem japonesa que, há muito, extrapolou os limites de seu país de origem e gentilmente atracou em outras terras e idiomas, encontrando, aliás, fértil solo em língua portuguesa. O leitor encontrará, aqui, comentários sobre a forma de composição do haikai, além de poemas dos grandes mestres haikaistas e de escritores mais contemporâneos, como, por exemplo, as produções um tanto amadorísticas e tateantes de Ailton Bedani, o autor deste blog.
Remontando ao século XVI, o HAIKAI é uma forma poética de origem japonesa que valoriza a
concisão e a objetividade.
Como se fosse uma fotografia verbal, o poemeto procura sobretudo fisgar a instantaneidade, valendo-se geralmente de uma composição depurada e fluente. O professor Paulo Franchetti explica que o haikai “é a arte de, com o mínimo, obter o suficiente”.
Avesso, por natureza, ao sentimentalismo, intelectualismo e narcisismo egóico, o haikai tem como matéria-prima o momento fugaz e se propõe a espelhar, em três linhas, a imediaticidade de um acontecimento ou experiência.
No haikai tradicional, costuma-se fazer referências diretas ou indiretas às estações do ano. No "haikai da rã", famoso poema de Bashô que transcrevemos logo abaixo, a estação em pauta é a primavera.
O
Uma
Barulho
BASHÔ (Trad. Paulo Franchetti e
Elza Doi)
Velho
lança-se a
BASHÔ (Trad. Antônio Nojiri)
Ao
as
se abriram sonoras...
BASHÔ (Trad. Luís Antônio Pimentel)
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